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HEROÍNA

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A heroína é uma substância psicoativa depressora do sistema nervoso central, derivada da morfina Atua principalmente nos receptores opioides do cérebro, causando alívio intenso da dor e uma forte sensação de euforia e sedação. Pode ser fumada, aspirada ou injetada, sendo essa última a via com maior risco de overdose.

HISTÓRIA E CONTEXTO NO BRASIL


A heroína é um opioide semissintético derivado da planta da papoula, cultivada historicamente na Ásia, no Oriente Médio e em partes da Europa. Tradicionalmente usada para fins medicinais e espirituais, a planta foi a base para a criação de diversos medicamentos analgésicos, como a morfina e, posteriormente, a heroína, sintetizada na Alemanha em 1874 e comercializada como remédio pela Bayer até o início do século XX.

Apesar de seu uso ser comum em países como os Estados Unidos, a heroína nunca teve grande penetração no Brasil, em parte por barreiras logísticas e pelo predomínio de outras substâncias no mercado ilícito. Ainda assim, há registros esporádicos de uso, especialmente entre pessoas que consomem opioides ou têm acesso a substâncias injetáveis. É uma substância altamente criminalizada e com elevado estigma social.


FARMACOLOGIA


A heroína é convertida rapidamente em morfina no cérebro, onde se liga fortemente aos receptores μ-opioides, provocando alívio da dor, prazer intenso e sedação. Seus efeitos aparecem em segundos quando injetada, e em poucos minutos se fumada ou aspirada.


O uso repetido leva à tolerância (necessidade de doses maiores para sentir o mesmo efeito) e à dependência física, com sintomas de abstinência intensos, como dores no corpo, náusea, suor e ansiedade.


EFEITOS


Efeitos desejados (doses típicas):


  • Sensação intensa de prazer e euforia

  • Relaxamento profundo

  • Alívio da dor e da ansiedade

  • Sensação de calor no corpo e bem-estar


Efeitos adversos (doses altas ou uso prolongado):


  • Sonolência extrema e fala arrastada

  • Náuseas, vômitos e coceiras

  • Depressão respiratória (risco de parada respiratória)

  • Confusão mental e redução da consciência

  • Alto risco de overdose


USO CRÔNICO E DANOS ASSOCIADOS


  • Risco elevado de dependência física e psicológica

  • Quadro de abstinência severa

  • Riscos de infecção (HIV, hepatites) por uso de seringas compartilhadas

  • Colapso das veias, abscessos e infecções de pele

  • Perda de peso e imunidade

  • Overdose fatal por parada respiratória

  • Impacto profundo na vida social, saúde mental e autonomia da pessoa


REDUÇÃO DE DANOS – CUIDADOS PRÁTICOS


  • Evite o uso injetável sempre que possível
    Prefira vias menos agressivas como inalação ou vaporização. O uso injetável aumenta os riscos de infecção e overdose.

  • Se for injetar, use seringas novas e nunca compartilhe
    Isso previne o contágio de doenças como HIV e hepatites. Utilize kits limpos e descarte corretamente o material.

  • Espere o efeito antes de repetir a dose
    A heroína pode demorar alguns minutos para fazer efeito, dependendo da via de administração. Repetir cedo demais pode levar à overdose.

  • Evite misturar com outras substâncias
    A combinação com álcool, benzodiazepínicos ou outros opioides potencializa o risco de depressão respiratória e morte.

  • Tenha companhia confiável
    Evite usar sozinhx. Alguém de confiança pode buscar ajuda em caso de emergência.

  • Mantenha alimentação e hidratação em dia
    Opioides podem causar desidratação e constipação. Comer e se hidratar ajuda a manter o corpo funcional.

  • Tenha naloxona por perto, se possível
    A naloxona é um antídoto que reverte overdoses por opioides. Disponibilizar e treinar pessoas para seu uso pode salvar vidas.


IMPORTANTE


A Redução de Danos é uma abordagem de cuidado centrada na dignidade e nos direitos das pessoas. Em vez de punir, busca oferecer alternativas viáveis para reduzir riscos e proteger vidas, inclusive em contextos de uso problemático ou marginalizado.

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