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A maconha é uma substância psicoativa que atua como perturbadora do sistema nervoso central. Seus principais compostos, como o THC, afetam áreas do cérebro ligadas à percepção, ao humor e à memória. É uma das drogas mais utilizadas no mundo, sendo consumida por via fumada, vaporizada, em alimentos ou extratos.
HISTÓRIA E CONTEXTO NO BRASIL
A maconha é derivada da planta Cannabis sativa, originária da Ásia Central, tradicionalmente usada com fins medicinais, espirituais e industriais. No Brasil, foi introduzida no século XVIII, provavelmente trazida por africanos escravizados, que utilizavam a planta para fins terapêuticos e rituais religiosos.
Inicialmente tolerada, a planta passou a ser criminalizada com forte viés racial a partir do século XIX, especialmente em normas municipais que visavam controlar práticas culturais das populações negras. A proibição se consolidou com o Decreto-Lei nº 891/1938, marcando o início da repressão sistemática. Apesar da criminalização, seu uso permanece amplamente difundido, e atualmente é alvo de disputas políticas, científicas e jurídicas sobre legalização e reparação social.
FARMACOLOGIA
A maconha contém mais de 100 canabinoides, sendo os principais o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). O THC se liga aos receptores CB1 do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis por memória, prazer, pensamento e coordenação motora. Já o CBD tem efeitos mais sutis e é estudado por seu potencial terapêutico.
Fumada ou vaporizada, seus efeitos iniciam em 5 a 15 minutos e duram entre 2 a 4 horas. Ingerida (em alimentos ou extratos), os efeitos demoram até 2 horas para iniciar, com duração de até 8 horas. O perfil dos efeitos depende da dose, do tipo da planta, da forma de uso e da sensibilidade individual.
EFEITOS
Efeitos desejados (doses leves a moderadas):
Relaxamento, bem-estar e introspecção
Alterações na percepção sensorial (som, luz, paladar)
Aumento do apetite
Risos espontâneos e leve euforia
Alívio de dores e náuseas em certos contextos terapêuticos
Efeitos adversos (doses altas ou uso inadequado):
Ansiedade, paranoia e confusão mental
Boca seca, olhos vermelhos, taquicardia
Déficit de memória de curto prazo
Sensação de despersonalização ou desconexão
Possível crise de pânico ou mal-estar emocional
USO CRÔNICO E DANOS ASSOCIADOS
Dependência psicológica, especialmente em usuários frequentes
Bronquite crônica e danos respiratórios (em uso fumado contínuo)
Síndrome amotivacional, com queda no interesse por atividades
Dificuldades cognitivas em adolescentes com uso precoce
Risco de desenvolvimento de transtornos psicóticos em pessoas vulneráveis
REDUÇÃO DE DANOS – CUIDADOS PRÁTICOS
Prefira métodos menos agressivos
Vaporizadores e comestíveis são menos nocivos ao sistema respiratório que o fumo.Use em ambientes seguros e com companhia de confiança
Evite usar sozinhx, especialmente em ambientes desconhecidos ou inseguros.Evite misturas com álcool ou outras substâncias
Combinações podem intensificar efeitos adversos como taquicardia e confusão.Hidrate-se e alimente-se bem
Beber água e comer ajuda a evitar tontura, desidratação e hipoglicemia.Respeite seu corpo e seus limites
Use com moderação e dê intervalos entre os usos. Isso reduz o risco de dependência e melhora a qualidade da experiência.Faça pausas para limpar as vias respiratórias
Em uso fumado, lavar a boca e as narinas ajuda a reduzir irritações e danos.
IMPORTANTE
A Redução de Danos é uma estratégia de saúde pública que reconhece que o uso da maconha faz parte da realidade social de muitas pessoas. Seu objetivo é minimizar os riscos e promover o cuidado com base em informação, acolhimento e autonomia, sem impor abstinência como condição para o acesso à saúde ou à dignidade.
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