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COCAÍNA

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A cocaína é uma substância psicoativa com efeito estimulante do sistema nervoso central. Atua no cérebro bloqueando a recaptação de dopamina, norepinefrina e serotonina, elevando os níveis desses neurotransmissores e causando sensação de euforia, alerta e energia.

HISTÓRIA E CONTEXTO NO BRASIL


Derivada das folhas da planta Erythroxylum coca, nativa da região andina da América do Sul, a coca tem uso ancestral entre povos indígenas para aumentar a resistência física e aliviar sintomas da altitude. A cocaína foi isolada no século XIX e inicialmente utilizada como anestésico e em produtos farmacêuticos — incluindo na fórmula original da Coca-Cola.


No Brasil, a cocaína começou a ser consumida em círculos médicos e recreativos da elite no início do século XX. A partir de meados do século, passou a ser criminalizada, culminando com sua inclusão na lista de substâncias proibidas e controladas. Hoje, é amplamente consumida em diversas formas, sendo o Brasil um dos maiores mercados consumidores da América Latina.


FARMACOLOGIA


A cocaína pode ser consumida por via nasal (cheirada), oral, fumada ou intravenosa. Sua absorção rápida leva a um pico de efeitos em poucos minutos, com duração de 20 a 60 minutos (via nasal) ou menos (fumada ou injetada).


Seu mecanismo de ação envolve o bloqueio dos transportadores de dopamina, o que gera intensa estimulação dos centros de recompensa do cérebro. Também aumenta o risco de arritmias, convulsões e sobrecarga do sistema cardiovascular.



EFEITOS


Efeitos desejados (doses moderadas):


  • Euforia intensa e aumento da autoconfiança

  • Melhoria da concentração e estado de alerta

  • Redução da fadiga e aumento da disposição

  • Aumento do desejo sexual


Efeitos adversos (doses altas ou repetidas):


  • Ansiedade, paranoia e irritabilidade

  • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial

  • Suor excessivo, náuseas e tontura

  • Insônia e perda de apetite

  • Risco de infarto, AVC e convulsões


USO CRÔNICO E DANOS ASSOCIADOS


  • Lesões no septo nasal (via nasal)

  • Problemas cardíacos e cerebrais graves

  • Transtorno por uso de substâncias (dependência)

  • Alterações de humor, paranoia e agressividade

  • Prejuízo social, financeiro e familiar

  • Maior risco de transmissão de ISTs (especialmente em uso compartilhado)


REDUÇÃO DE DANOS – CUIDADOS PRÁTICOS


  • Evite cheirar com notas de dinheiro
    Prefira canudos próprios ou de papel. O uso de cédulas aumenta o risco de contaminação por ISTs.

  • Não compartilhe o canudo
    Cada pessoa deve usar o seu. Compartilhar instrumentos aumenta o risco de doenças infecciosas.

  • Higienize o nariz com soro fisiológico
    Lavar as narinas após o uso ajuda a reduzir lesões internas e infecções.

  • Faça pausas e respeite seu corpo
    Dê tempo entre uma dose e outra. Doses seguidas aumentam os riscos de colapso físico.

  • Evite misturar com outras substâncias
    Principalmente álcool ou depressores. A mistura aumenta o risco de overdose e complicações.

  • Esteja com pessoas confiáveis
    Em caso de mal-estar, alguém de confiança pode pedir ajuda ou acompanhar.

  • Se alimente e hidrate-se bem
    A cocaína inibe o apetite e pode desidratar. Coma antes e beba água com frequência.


IMPORTANTE


A cocaína tem alto potencial de compulsão e dependência. A Redução de Danos não incentiva o uso, mas reconhece que ele ocorre e busca oferecer estratégias seguras para quem usa. Cuidar de si e de quem está por perto também é uma forma de resistência.

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