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STF descriminaliza porte de maconha para uso pessoal no brasil: uma vitória incompleta na luta por justiça social

A descriminalização, conquista histórica dos movimentos sociais, abre caminho para a legalização, mas ainda é insuficiente para combater o racismo e a criminalização da pobreza.


Imagem criada por Inteligência Artificial OpenAI's DALL·E. / ARCO

Em um passo histórico, o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou, nesta terça-feira (25/06), o porte de maconha para uso pessoal. A decisão, por 6 votos a 4, marca um avanço inegável na luta por direitos humanos e pela liberdade individual. No entanto, é crucial analisarmos essa vitória com senso crítico, reconhecendo seus limites e as lutas que ainda precisam ser travadas.


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Um Alvo Fácil: A Criminalização da Maconha e Seus Impactos Desproporcionais


A criminalização da maconha no Brasil, desde 1964, sempre teve como alvo principal as populações marginalizadas, especialmente jovens negros e periféricos. Essa política falhou miseravelmente em combater o tráfico e o consumo, mas teve um sucesso estrondoso em perpetuar o racismo estrutural e a criminalização da pobreza.

A guerra às drogas, da qual a criminalização da maconha faz parte, não só falhou em seu objetivo principal, como também gerou um ciclo vicioso de violência, encarceramento em massa e violações de direitos humanos. Milhares de vidas foram ceifadas, famílias destruídas e comunidades marginalizadas ainda mais estigmatizadas.


Um Passo na Direção Certa, Mas Ainda Há Muito a Ser Feito


A decisão do STF, apesar de histórica, não representa a legalização da maconha. O consumo da substância ainda é considerado ilícito, cabendo ao Congresso Nacional definir as medidas cabíveis para regulamentar o seu uso.

É fundamental que essa regulamentação seja feita de forma responsável, priorizando a saúde pública e a redução de danos, sem esquecer da reparação histórica das populações mais afetadas pela criminalização da droga.


Para Além da Maconha: Uma Luta por Justiça Social Ampla e Interseccional


A descriminalização da maconha é um passo importante, mas não podemos nos contentar com migalhas. A luta por justiça social vai muito além da legalização de uma droga. Precisamos desmantelar o sistema prisional racista e classista, combater o tráfico de drogas de forma humanizada e investir em políticas públicas que promovam a saúde, a educação e a inclusão social.


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A descriminalização da maconha é um símbolo da luta por um mundo mais justo e livre. Que essa vitória sirva de inspiração para continuarmos lutando por uma sociedade sem opressão, onde a liberdade individual e a justiça social sejam pilares fundamentais para o bem-estar de todos.

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