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O LSD (ácido lisérgico dietilamida) é uma substância psicoativa com efeito perturbador do sistema nervoso central, classificada como psicodélico. Atua nos receptores de serotonina do cérebro, provocando alterações intensas na percepção sensorial, no pensamento e nas emoções.
HISTÓRIA E CONTEXTO NO BRASIL
O LSD foi sintetizado em 1938 a partir do ácido lisérgico presente no fungo Claviceps purpurea, que cresce em cereais como o centeio. A substância passou a ser explorada por psiquiatras nos anos 1940 e 1950 para tratamentos experimentais.
No Brasil, o LSD chegou na década de 1960, vinculado a movimentos culturais, místicos e de contracultura. Apesar de não possuir tradição indígena ou religiosa no país como outras substâncias psicodélicas, foi amplamente associado à juventude urbana. Desde os anos 1970, seu uso é proibido por lei, sendo classificado como droga ilícita de alto poder alucinógeno.
FARMACOLOGIA
O LSD é geralmente consumido por via oral, em pequenas doses de microgramas, absorvido por papéis impregnados (blotters). Seus efeitos podem começar entre 30 a 90 minutos após o uso e durar de 6 a 12 horas.
Atua principalmente nos receptores serotoninérgicos 5-HT2A, desencadeando uma cascata de alterações na conectividade cerebral, com aumento da introspecção, sinestesia e dissolução do ego. A experiência depende da dose, do estado emocional da pessoa (set) e do ambiente em que ela se encontra (setting).
EFEITOS
Efeitos desejados (doses leves a moderadas):
Alterações visuais (cores intensas, formas ondulantes)
Mudanças na percepção de tempo e espaço
Sentimentos de conexão com o mundo ou o universo
Ampliação da criatividade e introspecção
Efeitos adversos (doses altas ou contexto inseguro):
Ansiedade, paranoia e confusão mental
Crises de pânico ou “bad trip”
Náuseas, taquicardia e sudorese
Dificuldade para se comunicar ou se orientar
USO CRÔNICO E DANOS ASSOCIADOS
Persistência de alterações perceptivas (flashbacks)
Desencadeamento de quadros psicóticos latentes
Desorganização cognitiva temporária
Ansiedade persistente em alguns usuários
Possibilidade de episódios dissociativos duradouros
O LSD não é associado a dependência química clássica (física), mas pode gerar uso problemático em contextos específicos.
REDUÇÃO DE DANOS – CUIDADOS PRÁTICOS
Conheça a substância e a dose
Doses muito altas podem desencadear experiências difíceis. Inicie com pequenas quantidades, principalmente se for a primeira vez.Escolha um ambiente seguro
Estar em local tranquilo, confortável e com pessoas de confiança pode influenciar positivamente a experiência.Evite usar se estiver em sofrimento emocional
O LSD intensifica estados mentais. Se estiver com ansiedade, depressão ou desequilíbrio emocional, a experiência pode ser negativa.Evite misturar com outras substâncias
Combinações com álcool, cannabis ou estimulantes aumentam a imprevisibilidade dos efeitos.Tenha alguém sóbrio por perto (tripsitter)
Uma pessoa calma e experiente pode auxiliar em caso de mal-estar, desorientação ou crise de ansiedade.Respeite o tempo de ação
Os efeitos podem durar até 12 horas. Evite tentar “cortar o efeito” com outras drogas ou repetir doses em intervalos curtos.Busque apoio se necessário
Se você enfrentar dificuldades emocionais após o uso, procure acompanhamento psicológico, grupos de apoio ou profissionais sensíveis à redução de danos.
IMPORTANTE
O LSD pode ampliar a percepção, mas também potencializar sofrimentos psíquicos. Reduzir danos é cuidar do corpo, da mente e das relações. A Redução de Danos reconhece o direito à informação, à segurança e ao cuidado sem julgamento.
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