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A psilocibina é uma substância psicoativa com efeito perturbador do sistema nervoso central. Está presente naturalmente em cogumelos de diversas espécies, sendo considerada um psicodélico clássico. Atua em áreas do cérebro ligadas à percepção, emoções e consciência.
HISTÓRIA E CONTEXTO NO BRASIL
A psilocibina é encontrada em cogumelos do gênero Psilocybe, que crescem espontaneamente em diversas regiões tropicais e subtropicais. Seu uso remonta a práticas medicinais e espirituais de povos originários das Américas, especialmente no México e América Central, onde os cogumelos eram considerados “carne dos deuses”.
No Brasil, registros do uso tradicional são mais recentes e associados a práticas xamânicas ou espiritualistas contemporâneas. A espécie Psilocybe cubensis, conhecida popularmente como “cogumelo mágico”, é comum em regiões de pastagem, especialmente no Nordeste.
Apesar de sua origem natural e de baixo potencial de toxicidade, a psilocibina está listada como substância proibida no Brasil desde a década de 1970. Nos últimos anos, estudos científicos vêm apontando seu potencial terapêutico no tratamento de depressão, ansiedade e TEPT, reacendendo o debate sobre sua regulação.
FARMACOLOGIA
A psilocibina é convertida no corpo em psilocina, que se liga aos receptores de serotonina (5-HT2A), provocando alterações na comunicação entre áreas cerebrais. Isso pode gerar experiências de dissolução do ego, sinestesia, distorções visuais e alterações emocionais profundas.
Os efeitos iniciam entre 20 a 60 minutos após o consumo oral e duram, em média, de 4 a 6 horas. A intensidade varia conforme a dose, o tipo de cogumelo, o ambiente e o estado emocional da pessoa.
EFEITOS
Efeitos desejados (doses moderadas):
Alterações visuais e sensoriais
Sensação de bem-estar, introspecção e criatividade
Expansão da consciência e experiências espirituais
Efeitos terapêuticos em contextos apropriados
Efeitos adversos (doses altas ou ambientes inseguros):
Náuseas, calafrios e desconforto físico
Ansiedade, medo ou “bad trip”
Sensação de perda de controle ou dissociação
Confusão mental e dificuldade de se comunicar
USO CRÔNICO E DANOS ASSOCIADOS
Não há evidências de dependência química associada à psilocibina
Pode haver tolerância temporária (uso frequente diminui os efeitos)
Uso inadequado pode agravar quadros de saúde mental preexistentes
Pode desencadear crises de ansiedade ou sintomas psicóticos em pessoas vulneráveis
Risco de acidentes por desorientação ou comportamentos inseguros durante a experiência
REDUÇÃO DE DANOS – CUIDADOS PRÁTICOS
Evite usar se estiver com problemas emocionais ou psicológicos
Cogumelos podem intensificar emoções. Evite o uso em momentos difíceis.Escolha um ambiente seguro e tranquilo
Prefira lugares calmos, com natureza, e livre de estresse externo.Tenha uma companhia de confiança (trip sitter)
Alguém sóbrio pode ajudar a manter o cuidado e a segurança durante a experiência.Não misture com outras substâncias
Principalmente álcool ou antidepressivos, que podem interagir negativamente.Comece com doses pequenas
Especialmente se for a primeira vez. Cogumelos variam muito em potência.Se alimente e hidrate-se bem
Comer algo leve antes do uso e beber água durante a experiência ajuda no bem-estar físico.Lembre-se que os efeitos são temporários
Em caso de ansiedade ou confusão, respire fundo e foque em lembrar que o efeito vai passar.
IMPORTANTE
A psilocibina tem sido redescoberta pela ciência como uma ferramenta terapêutica potente. Ainda assim, o uso recreativo sem preparo pode gerar riscos físicos e emocionais. A Redução de Danos busca informar e orientar para que o uso seja mais consciente, respeitoso e seguro, valorizando o cuidado mútuo e a autonomia.
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