Criando pânico moral enquanto defende o seu império religioso, Clarissa Tércio (PP), afirma que a Marcha da Maconha, considerada legítima pelo STF, é uma afronta à lei e à ordem pública".
Crédito: Instagram
Em 2020, um grupo de parlamentares e líderes religiosos evangélicos liderados por Clarissa protagonizaram um episódio chocante em um hospital público de Pernambuco. O grupo tentou impedir um procedimento legal de aborto em uma criança de 10 anos que havia sido vítima de estupro. Os fundamentalistas religiosos gritaram palavras ofensivas como "assassina" à menina, que já havia sofrido uma terrível violência. Esse episódio revoltante expôs a crueldade daqueles que, em nome de uma crença religiosa, tentam impor suas opiniões a outras pessoas, ignorando completamente os direitos e a dignidade humana.
Tércio foi condenada, em primeira instância, a pagar R$ 10 mil por crime de transforbia e uso indevido da imagem do casal transexual Rodrigo Brayan da Silva e Ellen Carine Martins, de Montes Claros.
Além disso tudo, a Deputada é alvo do STF que mandou abrir investigação contra a parlamentar, por suspeita de incentivar os atos terroristas do dia 08 de Janeiro de 2023, em Brasília. A investigação tem como base uma publicação feita pela Deputada nas redes sociais. Tércio divulgou um vídeo onde pode se ouvir uma pessoa dizendo: "Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo povo está aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos." A Procuradoria-Geral da República (PGR), entendeu que com a publicação do vídeo em questão, a Deputada Clarissa Tércio incorreu em incitação ao crime.
Alexandre de Moraes, ministro do STF, foi favorável ao posicionamento e mandou instaurar o inquérito.
Para o ministro, a a atitude de Clarissa Tércio se enquadra, em tese, nos crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
Ontem, 27/03/2023, foi publicado em diversos veículos, um posicionamento da Parlamentar Bolsonarista, onde, como de costume, destila mentiras e falácias. A Deputada tenta a todo custo criminalizar a marcha da maconha e seus organizadores, fazendo insinuações sorrateiras e ardilosas. Acusando a Marcha de fazer Apologia ao uso de drogas, apela para a religião para defender seu próprio ganha pão.
"Em análise básica, a narrativa é a mesma de sempre, são hipócritas que não respeitam os direitos humanos e que usam a religião e a política como instrumentos de violação de direitos."
Um dos organizadores da marcha da maconha de Jaboatão que preferiu não se identificar por medo de represálias afirmou à nossa redação:
"Como uma pessoa que posta fotos com armas, defende cloroquina, persegue uma criança que foi violentada, é condenada por transfobia e está sendo investigada por atos Golpistas consegue virar deputada? Como alguém com essa ficha tem coragem de apelar para a moral e bons costumes? O discurso é o mesmo de sempre, pânico moral, religião. Na verdade tudo parte dos planos de negócio, afinal comunidade terapêutica da muito dinheiro, marcha da maconha não. A quem interessa a proibição."
Em conversa com outra pessoa organizadora que também preferiu não se identificar ouvimos:
"O fundamentalismo religioso é golpista por natureza, não respeitam as instituições. Quem uma Deputada pensa que é, para ir de encontro à uma decisão do STF?"
"Informamos que a marcha da maconha de Jaboatão irá acontecer e que nós não recuaremos; o Ministério Público já foi Oficiado acerca do acontecimento do ato e requerido a garantia da segurança de todas as pessoas organizadoras e participantes presentes no dia. Nós não aceitaremos ser tratados como criminosos, somos cidadãos e cidadãs exercendo direitos constitucionais, ao município e ao estado cabe garantir o nosso direito."
A Marcha da Maconha de Jaboatão acontece no dia 28 de Maio de 2023 a partir das 14:00.
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