Menos de uma semana antes do julgamento do caso de LGBTQIAP+fobia no Parque das Graças, Recife (PE) em abril de 2023, a violência contra nossa comunidade volta a assombrar a Zona Norte, desta vez em Casa Forte.
Menos de uma semana antes do julgamento do caso de LGBTQIAP+fobia no Parque das Graças, Recife (PE) em abril de 2023, a violência contra nossa comunidade volta a assombrar a Zona Norte, desta vez em Casa Forte.
Alexandra Lins Seabra, 30 anos, profissional de T.I., e sua esposa, Ana Carolina Alves, 35 anos, jornalista, que estão juntas há um ano, foram vítimas de ataques LGBTQIAP+fóbicos no início da noite de quarta-feira (20), por volta das 18:20, vindos de uma vizinha cujo único nome informado foi "Jane".
Ao chegar em casa com sua sogra, Ana Carolina foi surpreendida por Jane aos gritos de "sapatão", "chupa-charque", "amor é só entre homem e mulher" e "meu marido é militar". Ambas entraram correndo em casa, muito assustadas e em choque. A polícia foi acionada por Alexandra, que chegou em casa do trabalho por volta das 21:35, mas até o momento da publicação desta matéria, ainda não havia chegado ao local. Ana contou com detalhes o ocorrido: "Ao chegarmos à casa da minha namorada, junto com minha sogra, notamos que os vizinhos da casa ao lado também estavam chegando. Quando entramos, a vizinha começou a proferir palavras homofóbicas em alta voz, gritando coisas como "sapatão", "chupa charque", "amor é só entre homem e mulher", e "chupa charque, eca!". Nem mesmo entendi inicialmente que essas palavras estavam sendo direcionadas a mim ou à minha companheira, que não estava em casa naquele momento, mas os insultos homofóbicos continuaram, deixando minha sogra, uma idosa, bastante nervosa. Foi a primeira vez que a homofobia foi tão explícita, embora não tenha sido a primeira vez que essa vizinha demonstrou ódio em relação à família da minha namorada."
Para a equipe da Arco, Alexandra expressou sua frustração e indignação com a violência sofrida. "Liguei para a polícia assim que cheguei em casa! No entanto, assim como da última vez, sinto que a polícia está tentando abafar o caso ou dar menos importância. A mulher (policial) ao telefone não usou o termo homofobia, então eu disse várias vezes: 'Isso é um caso de homofobia!'", declarou Seabra.
O casal também informou que irá registrar uma queixa na Delegacia do Recife e que não deixará o caso impune. A LGBTQIAP+fobia é um crime equiparado pelo STF ao racismo e à injúria racial.
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